O preço do Bitcoin (BTC) enfrentou uma queda significativa de quase 2% nesta quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025, atingindo a mínima de US$ 96.170. Essa desvalorização ocorre em um cenário de incertezas econômicas, especialmente com a divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos. Segundo informações do CoinGecko, o volume de negociação do Bitcoin foi de US$ 34,4 bilhões, enquanto as liquidações da criptomoeda somaram US$ 43,3 milhões, evidenciando a volatilidade do mercado.
Essa queda no preço do Bitcoin teve um efeito dominó sobre todas as criptomoedas do Top 10, com a Dogecoin (DOGE) liderando as perdas, apresentando uma desvalorização de 3,7%. Outras criptomoedas, como XRP e Solana (SOL), também abriram em queda, com perdas de 2,8%. Em contrapartida, a BNB se destacou ao registrar uma alta de 2%, mostrando que nem todos os ativos digitais estão seguindo a tendência de baixa do mercado.
Os comentários do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, foram apontados como um dos fatores que contribuíram para a queda repentina do Bitcoin. Powell rejeitou a ideia de uma nova expansão monetária, o que gerou preocupações entre os investidores. Os dados de inflação divulgados nesta quarta-feira podem influenciar significativamente o futuro do BTC, tornando o cenário ainda mais incerto.
Um dos fatores que normalmente impulsionam o preço do Bitcoin é o aumento do balanço do Fed, que indica uma maior oferta de dinheiro no mercado. No entanto, o balanço do banco central tem diminuído consistentemente nos últimos três anos, caindo de US$ 8,7 trilhões em março de 2023 para US$ 6,8 trilhões atualmente. Essa redução de quase 30% sugere que o Fed está vendendo ativos, o que pode impactar negativamente os ativos de risco, incluindo o Bitcoin.
Quando o Fed injeta liquidez no mercado, os preços dos ativos de risco tendem a subir devido à maior oferta de dinheiro. Contudo, Powell afirmou que não vê necessidade de implementar um novo programa de compra de ativos, conhecido como Quantitative Easing (QE). Ele destacou que a política atual é mais flexível e que a economia continua forte, o que diminui a urgência de ajustes na política monetária.
Uma declaração que chamou a atenção foi quando Powell afirmou que o QE só seria considerado quando as taxas de juros estivessem em zero. Atualmente, as taxas de juros nos EUA estão em 4,5% ao ano, e a expectativa é que haja apenas um corte em 2025. Essa perspectiva gerou desânimo entre os investidores, que esperavam um cenário mais favorável para o Bitcoin e outras criptomoedas.
Os dados de inflação, medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI), serão divulgados nesta terça-feira às 10h30 (horário de Brasília). O consenso do mercado é que o CPI de janeiro suba 0,3%, uma leve alta em relação aos 0,2% do mês anterior. Dependendo dos resultados, o preço do Bitcoin pode ser impactado de diferentes maneiras, dependendo se os dados estiverem dentro, acima ou abaixo das expectativas.
Se o CPI vier dentro do consenso, o Fed provavelmente manterá a trajetória atual da taxa de juros, o que poderia gerar um sentimento otimista entre os investidores e uma possível valorização do Bitcoin. Por outro lado, se a inflação superar as expectativas, isso poderia atrasar os cortes de taxas e resultar em uma queda acentuada no preço do BTC. O cenário mais favorável para o Bitcoin seria se o CPI ficasse abaixo do esperado, o que poderia iniciar uma corrida de alta no mercado.
